sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Outros Autores- Fernanda Mello- Aonde você guarda o que você sente?

Existem coisas que ficam gravadas na memória da gente: músicas. Cheiros. E roupas.

Não tem jeito. Você sente aquele cheiro e se lembra (na hora!) daquele abraço. Você ouve aquela música e volta – mentalmente – para aquele dia, naquela viagem... Você abre seu armário, vê aquela blusa e - instantaneamente – retorna dois anos, onde autografava seu primeiro livro. Ou dava aquele beijo que tinha o gosto do som dos Stones.  (Existe coisa mais inesquecível que um beijo rock´n roll?).

É. A memória nos prega peças. E nos faz lembrar o que a gente não quer esquecer. E – também – o que fingimos que nunca existiu.
Por isso, faço com os meus sentimentos o mesmo que faço com os meus armários. Ao arrumá-los, defino três caixas: DESAPEGAR. TALVEZ. E GUARDAR.

Para o que não tem preço e só nos faz bem, a regra é única (e simples): a gente guarda, de preferência, com toda a delicadeza do mundo. Existem coisas que valem a pena! (Mesmo que, aos olhos dos outros, estejam fora de moda).

Com o que a gente tem dúvida – seja porque foi recente, a oferta estava incrível e agimos por impulso – a gente coloca no TALVEZ. E estipula um prazo para se resolver.  (Se a caixa do TALVEZ crescer além da conta, lembre-se: colecionar incertezas só nos faz mal. Portanto, analise-se. E bote ordem na casa!).

Com o que não nos serve mais, não combina com quem somos ou – simplesmente – não nos traz nada de bom, a dica é uma só: desapegue sem remorsos. E deixe espaço para o novo entrar. Sem melancolias. Sem saudades. Sem medo de ver o vazio.

Pra mim, não existe exercício mais poderoso do que o de “deixar ir”. É difícil, mas faz um bem danado! Porque nos faz olhar pra dentro. Nos faz encarar quem somos. E – principalmente – nos faz enxergar que mudar é a única maneira de crescermos.

Portanto, ao arrumar suas inúmeras gavetinhas (de dentro e de fora), tenha em mente: GUARDE O QUE É RARO. ANALISE O QUE NÃO ESTÁ CLARO. CUSTOMIZE O QUE É CARO. E DÊ ADEUS AO QUE PAROU DE RIMAR FAZ TEMPO.


Fernanda Mello




quinta-feira, 21 de novembro de 2013

CD riscado

Sentados na mesa de um barzinho embalados por um leve MPB, às vezes falhado, sinais de que já fora tocado várias vezes, embalando momentos como aquele e o CD acabou riscando.

Engraçado como nossa vida pode ser comparada à um CD, pensava ele. 

Quando novos, tudo que queremos é repetir as coisas, tocar nossa vida freneticamente, repetimos os dias, os jogos, as pessoas e muitas vezes os erros. Mas quando repetimos demais acabamos como ele, se sentindo cansado, riscado, não querendo mais tocar a mesma coisa.

Ela falava sem parar, meu Deus como ela era chata! Como ele pudera se apaixonar por ela? Nunca tinha assuntos novos, usava o cabelo sempre do mesmo jeito, por anos Oh Céus! Aquele cardigã bege então? Como pode alguém não mudar? Porque ela não mudou? Desde que se conheceram ela era exatamente a mesma. Pensando nisso ele riu, sem perceber que a encorajou a continuar a história chata que ela contava.

Ela falava sobre a mãe, o problema dos amigos e sobre o CLIMA!!!!     

10 anos de casados e o tempo fora cruel com aquele relacionamento. 

Engraçado que quando casaram ele realmente pensou que seria eterno... Hahahaha agora a única coisa eterna é a vontade de mudar que ele sente.

Foi então que teve a certeza que sua vida era mesmo como um CD.

Carla era sua segunda esposa ela gravara o CD novamente, ela era então um CD regravável. Na realidade não eram os aparelhos que estavam com problema, quando o CD risca meu amigo, pode regravar, pode limpar, pode mudar o aparelho e nada muda!

Nessa hora ele sabia que só restava prestar atenção na sua segunda esposa e tocar a vida como dava.

Tocando a mão dela percebeu o quanto era macia, bem talvez nem tudo estava acabado!

Eles poderiam ir para casa, tomar um vinho e ela com aquelas mãos macias poderia lhe fazer uma jantinha e depois uma massagem, já que o barzinho só valeu pela cerveja.

Era isso que precisava, uma boa refeição, uma boa massagem e que ela ao som de qualquer MPB riscado parasse de falar!

E depois ele dormiria, sim, só dormiria!


Afinal CD riscado nunca mais toca do mesmo jeito!


domingo, 17 de novembro de 2013

Aquela que era tão boba


Ela não sabia o que era certo, aliás quem sabe o que é certo???

Ela não queria seguir o que os outros diziam, ela só queria seguir o que sentia, apesar de nunca saber ao certo o que sentia!

Sua cabeça era uma confusão!

Confusão que confundia todos à seu redor!

Ela não tinha certeza do que precisava, só sabia que queria mais!

Queria mais sorrisos, abraços e delírios!

Queria sentir um arrepio da cabeça aos pés todas as vezes que via ele!

Queria sentir aquelas mãos tocando seu corpo todo momento!

Queria não pensar nele, queria pensar nele o tempo todo!

Queria esquecer aquela traição tão doida, aquele dia tão horrível e aqueles olhos tão mentirosos!

Queria esquecer os momentos lindos que viveram juntos!

Queria esquecer como era fraca, ou talvez boba!

Queria esquecer todos os princípios do amor próprio e continuar com aquela história, com direito a sorrisos, abraços e delírios!

Queria acabar naqueles braços que tanto a protegiam!

Queria acabar com ele!

Queria apenas acabar com tudo!

Ou queria não acabar com nada e começar, recomeçar!

Mas as coisas eras confusas para ela!

Não sabia o que era certo!


Mas afinal, quem sabe o que é certo?????




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Partes não contadas de uma história mal acabada- Part 4

Para a maioria desconfiança é normal, anormal é confiar, mas para Ana não!

Ela era confiável demais! Quando falava algo todos podiam acreditar, ela não mentia.

Ana era sincera a todo o momento, muitas vezes machucava as pessoas por isso.

Mas sinceridade fazia parte dela. Ninguém poderia mudar isso!

Demorava para confiar em alguém, mas quando confiava meu Deus, confiava de corpo e alma.

Mas era muito justa com ela mesma, não precisava se preocupar com o que poderiam fazer para ela, só queria viver com tranquilidade.

Aliás a única coisa que Ana queria era viver!

Dançar como se o mundo fosse acabar...

Sentir o vento batendo no rosto e bagunçando os cabelos...

Sentir o cheiro do vento!

Sorrir para todos que passavam por ela...

Sorrir por tudo! Sorrir por nada!

Ser feliz é consequência de viver sem preocupação e desconfiança. Esse era o lema!

Infelizmente na vida tudo deve ser dosado.

E mal sabia Ana que estava prestes a descobrir isso...


(Continua) *           *               * 







Começou a ler agora, quer saber como a história de Ana começou?




domingo, 3 de novembro de 2013

Outros Autores- Saudades- Marcely Gastaldi






"É uma saudade tão minha. Tão nossa. Tão recheada de 

histórias. É uma saudade tão grande, tão presente, tão 

constante. É amor que se eternizou através de carinho, de 

sorriso, de passeios, de histórias na hora de dormir. É amor 

que ficou diante do tchau que eu não queria dar, diante do 

mundo de sonhos que imaginei. É uma saudade cheia de 

vida, de bons momentos, de carinho sincero, de felicidade 

que impulsiona. É uma saudade de criança que brilha nos 

olhos e aperta o coração. É saudade que não tem fim, que 

não dimensiona, que não termina. É a minha saudade cheia 

de cor. Cheia de A M O R!!!!"