segunda-feira, 26 de maio de 2014

Cheiro de vida!


Cheiro de mato.

Cheiro de carne.

Correr atrás das galinhas.

Arranhão nos joelhos.

Brigas com os irmãos.

Tomar água nas canecas de metal.

Ir ao banheiro quando era patente.

Morrer de medo do sítio do vô Sebastião à noite.

Deitar embaixo das arvores.

Brincar com os primos.

Viajar 10 horas de ônibus fedendo à fandangos :P

Esperar o ano novo com os adultos, tomando suco e fingindo que era champagne.

Amendoim doce da tia Lourdes.

Carne de porco da tia Marli.

Risada da Tia Edite.

Lasanha da tia Dirce.

Tia Rosane tocando músicas de igreja no violão.

O amor de todas as tias e tios que tenho <3 o:p="">

Dani falando "talcinha"

Ganhar boneco de gesso no amigo secreto.

Responder cadernos de perguntas.

Dançar ao som do É o tchan com a irmã. Eu era a Sheila Carvalho :P

Esperar ansiosamente o boletim.

Jogar taco na rua.

Derrubar a trave de futebol na cabeça (É eu fiz isso hahaha)

Chorar de tanto rir por bobeiras.

Comer banana de mico.

Colher pêssegos e catar os ovos nos ninhos.

Ver a vó matando as galinhas, e atrapalhar (sempre ficava com pena, dizem que isso atrapalha)

Sujar os pés, a roupa, a cara.

Cheiro de mato.

Cheiro de saudades.

Cheiro de lembranças.


Cheiro de vida!!!!!!!!!!









quarta-feira, 21 de maio de 2014

Outros Autores- Faz de conta- Martha Medeiros

Não respondo teus e-mails, e quando respondo sou ríspido, distante, mantenho-me alheio: FAZ DE CONTA QUE EU TE ODEIO
Te encho de palavras carinhosas, não economizo elogios, me surpreendo de tanto afeto que consigo inventar, sou uma atriz, sou do ramo: FAZ DE CONTA QUE EU TE AMO.
Estou sempre olhando pro relógio, sempre enaltecendo os planos que eu tinha e que os outros boicotaram, sempre reclamando que os outros fazem tudo errado: FAZ DE CONTA QUE EU DOU CONTA DO RECADO.
Debocho de festas e de roupas glamourosas, não entendo como é que alguém consegue dormir tarde todas as noites, convidados permanentes para baladas na área vip do inferno: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO QUERO.
Choro ao assistir o telejornal, lamento a dor dos outros e passo noites em claro tentando entender corrupções, descasos, tudo o que demonstra o quanto foi desperdiçado meu voto: FAZ DE CONTA QUE EU ME IMPORTO.
Digo que perdoo, ofereço cafezinho, lembro-me dos bons momentos, digo que os ruins ficaram no passado, que já não lembro de nada, pessoas maduras sabem que toda mágoa é peso morto: FAZ DE CONTA QUE EU NÃO SOFRO.
Cito Aristóteles e Platão, aplaudo ferros retorcidos em galerias de arte, leio poesia concreta, compro telas abstratas, fico fascinada com um arranjo Techno para uma música clássica e assisto sem legenda o mais recente filme romeno: FAZ DE CONTA QUE EU ENTENDO.
Tenho todos os ingredientes para um sanduíche inesquecível, a porta da geladeira está lotada de imãs de tele-entrega, mantenho um bar razoavelmente abastecido, um pouco de sal e pimenta na despensa e o fogão tem oito anos, mas parece zerinho: FAZ DE CONTA QUE EU COZINHO.

Bem-vindo à Disney, o mundo da fantasia, qual é o seu papel? Você pode ser um fantasma que atravessa paredes, ser anão ou ser gigante, um menino prodígio que decorou bem o texto, a criança ingênua que confiou na bruxa, uma sex symbol a espera do seu cowboy: FAZ DE CONTA QUE NÃO DÓI.

sábado, 10 de maio de 2014

Nossa boca maior que nossas atitudes


Acabei de ler e compartilhar um texto sobre uma holandesa que escreveu um texto sobre o Brasil.

Achei lindo, achei real, achei incrível.

Ela questiona o porque de valorizarmos tanto as coisas negativas do nosso país?!

Hoje em dia é muito fácil reclamar, dos preços, da violência, dos políticos, das pessoas, do Brasil.

Não sou conivente com os preços abusivos dos produtos, com a violência cada vez maior em algumas cidades, com os políticos podres que ocupam lugares de poder, das pessoas que ajudam a estragar muitas coisas, com um país que realmente poderia ser melhor.

Mas o ponto que quero chegar é, até que ponto reclamar resolve algo????

Sabe aquela velha história da gordinha que reclama de ser gordinha mas não faz nada para mudar? É a mesma coisa.

Como é fácil reclamar, achar pontos negativos ao invés de valorizar os positivos.

Acreditem, eles existem e muitos.

Moro em um cidade onde nunca sofri qualquer tipo de violência, não que não exista, tem sim, mas não havia vivenciado isso no Brasil. 

Moro na Irlanda um ano e AQUI meu namorado foi assaltado. Acreditem ou não, violência existe em qualquer lugar!!!!

Apenas para registrar amo morar aqui, mas prefiro meu país sem sombra de dúvidas.

Poderia passar a tarde citando problemas que encontrei aqui, poderia passar a tarde citando problemas que sei que existem no Brasil. Mas meu objetivo é outro.

Meu objetivo é mostrar que você sentado na frente de um computador reclamando o dia inteiro não vai mudar nada o índice de violência, corrupção e o resto.

Que acreditar na mudança é o começo, agir em prol dela é necessário.

Precisamos ser a mudança que buscamos.

Dar lugar para idosos nos ônibus, avisar as caixas que cobraram à menos do que deveriam, parar de pegar atestados sem necessidades, parar de fugir de empregos, parar de achar a grama do vizinho mais bonita.

O que precisamos fazer ao certo eu também não sei, o Brasil tem problemas demais para apenas apontá-los.

Mas cabe à mim, à você ser a mudança que buscamos, votarmos consciente( eu não poderei este ano), tentar fugir daquilo que nos incomoda, não está feliz no seu emprego e fica avacalhando com seu chefe, Saia desse emprego! Procure outro!

Não está feliz com seu carro, troque! Venda! Reclamar não vai mudar em nada o desenvolvimento dele.

Não está feliz com sua cidade?! Saia dela! Mude de cidade! Mudar sempre é bom!

Não está feliz com a política, tente entender mais do assunto. Para no futuro, quem sabe, ser um deles. Por que não?!

Não está feliz com o Brasil?! Olhe para as belezas que possuímos, olhe para o povo hospitaleiro que só nós possuímos, olhe para a diversidade de culturas, olhe para a diversidade de clima que possuímos. Sinta o cheiro de praia, de calor, de amor humano.

E mais importante de tudo, olhe para o Brasil como O SEU Brasil.

País que você faz parte, país que pode melhorar muito, mas que precisa da sua ajuda e não da sua crítica.