sábado, 27 de fevereiro de 2016

Deixar ir



Vocês se conheceram, viveram momentos mágicos, compartilharam segredos, trocaram olhares intensos, daqueles que tocam até a alma. Se tocavam, e se sentiam, mas sentiam aquilo que nem todos sentiam.

E então, sem que tivessem tempo de assimilar, tudo acaba. É o fim, uma das pontas arrebenta, um dos dois desiste.

E dói! Dói para quem desiste, dói para quem não queria desistir.
Os dias perdem a graça, aquele sentimento que te fazia encher os pulmões, que te fazia sentir o cheiro das coisas com mais intensidade não está mais ali, e hoje até os suspiros são diferentes.

O problema é escolher o caminho mais difícil de seguir. Aquele que procura explicação, aquele caminho que não aceita o que aconteceu, que se prende as coisas maravilhosas que viveram, o caminho que te faz se sentir culpado por não ter dado certo.

Mas a realidade é que deu certo! Deu certo, enquanto estiveram juntos, enquanto sentiam o toque que ia além da pele, enquanto os dias eram mais longos, e ao mesmo tempo mais curtos.

As lembranças são o que ficam, e se isso te consola, isso ninguém vai poder tirar de você.

Vai ficar para sempre, e a intensidade delas vai depender do quanto você se permitir se abrir para o mundo de novo.

Você sair do casulo da interrogação, da falta de compreensão. Da raiva.

Talvez tenha sido você quem desistiu, mas porque o outro te levou a fazer isso, alimentar raiva por isso não te leva a lugar algum, ao contrário, atrasa teu caminho.

Talvez alguém nesse mundo tão grande tenha desistido de você, e isso doeu, você havia se esforçado tanto para tudo dar certo que ouvir que “apenas não estava dando certo” não fizeram sentido para ti. Ou o contrário você não se esforçou, você sabe disso, poderia te feito mais, e talvez hoje, seja isso que mais te incomode.

Eu prefiro acreditar que cada um que passa em nossas vidas nos deixa algo positivo, até mesmo as experiências negativas vão te trazer coisas positivas no final.

Portanto se prender aos “porquês” das questões não te ajuda. Mas deixar ir sim.

Deixar ir, com a leveza da certeza de dias melhores, de histórias intensas, de dias mais coloridos e de lágrimas também, porque não?

Deixar ir, sem mágoas, ou sem culpa, apenas levando consigo aquilo que for útil para colocar um sorriso no seu rosto.

Deixar ir, mas ter certeza que as lembranças ficarão, das coisas boas é claro, e o que viveu fará sempre parte da sua vida.

Deixar ir, e não olhar para trás com dor no coração, mas sim, olhar para trás com orgulho por tudo que viveu, até pelos erros que cometeu, pois se isso te fez se sentir arrependido, com certeza não o fará novamente. Então se aprendeu, errar também foi válido.

Deixar ir, apenas deixar ir.

Indianara, mas você acredita que devo desistir sem nem mesmo ter tentando?

Responda a você mesmo:

Vai valer a pena?

Existe a possibilidade de AMBOS superarem as falhas ou erros cometidos?

A história será nova, ou será algo corrigido? A cicatriz da “reconstrução” não vai atrapalhar o andamento das coisas?

Ela ou ele é mesmo o amor da sua vida? Aquela pessoa que só te traz certezas? Ou é aquela pessoa que te dá a comodidade que precisa? Comodidade não faz nenhuma união se solidificar.

Se não souber responder, ou a maioria das repostas forem negativas, é pessoa, o jeito mesmo é deixar ir!

Recebi uma mensagem, sobre um rapaz, sua namorada decidiu pular do barco antes que ele afundasse, e para ele entender estava difícil.

Eu já fui a pessoa que pulei do barco, eu já fui a pessoa que desistiu. E posso garantir, foi a melhor decisão que tomei, pois pulei antes das lembranças também afundarem com o barco, as boas lembranças e os aprendizados carreguei comigo e o resto, bem o resto deixei ir.

Doeu?! Sim!

Mas precisei deixar ir, para que depois eu pudesse voltar. Melhor que antes.

E isso me trouxe a certeza, de que deixar ir talvez fosse o que faltava.

Deixar ir, apenas deixar ir.



sábado, 13 de fevereiro de 2016

A falta que a Irlanda faz



Quando decidi morar na Irlanda em 2013 mal sabia como seria intensa essa experiência. Aprender a viver com pouco sol, aprender a viver sem a culinária do Brasil, aprender a criar laços profundos com pessoas que na maioria das vezes estavam de passagem em nossas vidas.

Eu encarei um mundo totalmente novo, e me apaixonei por ele. Que eu gostava de lá eu não tinha dúvida, mas a saudades que eu sentiria daquele lugar isso não estava escrito em lugar algum.

Saí de lá em novembro, uma despedida dolorosa, talvez não tanto como a despedida que meus amigos tiveram nessa ilha, alguns ficaram seis meses, outros 1 ano, alguns assim como eu quase 3 anos, e ainda há aqueles que não conseguiram sair de lá.

Hoje eu entendo como alguns amigos se sentem ao lembrar de lá, das ruas, dos cheiros, das pessoas, das experiências que vivemos lá. Sabia que sentiam falta de lá, mas não sabia que essa falta doía. Para nós, ainda é diferente, pois hoje estamos em Portugal, e assim que nosso visto estiver pronto não tenho dúvidas que iremos passear, no lugar que fará sempre parte das nossas vidas.

O que dói talvez seja a ideia de que o vivemos lá em 2013, 2014, 2015 nunca mais viveremos, as pessoas que estavam lá já não estarão mais, os lugares já serão vistos com outros olhos, e s churrasquinhos talvez não tenham mais o mesmo sabor.

Que pisarei lá de novo não tenho dúvida, mas que o vivi lá levarei apenas nas lembranças é o que hoje faz a saudade ser maior.

Saudade da O’Connel, saudades da Dealz, saudades do Gino’s, saudades do Kebab mais gostoso de Dublin, de ir na casa da Grazi na Dorset e ficar falando com ela por horas e horas, de rir com a Natália e o Marco, oooooo Natália haha, de usar o Milton como meu ouvinte por horas incansáveis, de tomar o café da tarde com o Samuel e o Luís, de comer o escondidinho  da Gabi e do Lucas, de ir para a Dicey’s com a Jéssica, a outra Jéssica o Thiago, Gustavo e Jeannine, de participar das festinhas onde o Lauro animava todos com seu cavaquinho, de ter o Thiago da Grazi pegando no meu pé, da Ana pegando no meu pé pela minha alimentação, da Gi falando que Merda, e das nossas horas de conversa, da Sabrina e toda aquela alegria dela, do pedido de namoro mais lindo, das noites afora com o Argentino e a Livia dormindo no sofá, do meu companheiro de cervejas Iguinho, do Diegoooooo, que é Diogo e eu sempre errava, do chefe de cozinha mais engraçado  Anderson, do gaúcho centrado Juliano, do Terço e a bebida de menina hahahaha, do Mohamed falando para de comer, para de beber, únicas frases que sabia em português naquela época, do meu Baiano preferido Ian, do Orlando, Beto e meu outro ouvinte Alexis. Da casa em Dublin 12 e da minha amada casinha em Terenure. Do Renatinho da Irlanda, da Jacke e o João e nosso halloween memorável, da Andréia e do namorado dela e nossas festinhas haha, da Joyce e os conselhos trocados, da Queli, Vanessa, Rahul, Abhi, da Renatinha que ficou tão pouco e marcou tanto, assim como meu mascote Larissa, ainda vou no carnaval de salvador hein?!  Layane também haha, da Jéssica dos botões, dos cafezinhos da Ronete, das risadas da Rosita, do pessoal que estudou comigo e eu infelizmente não tive muito tempo para curtir com eles, Erika, Karina, Simone, Igor, Taís, João, Vanessa, Guilherme, Dudu, Camilinha lindaaaa os mexicanos,  e tantos, e tantos outros (desculpem os que esqueci de citar, ou os que não aparecem nas fotos haha). É difícil lembrar de todos, mas mais difícil é não lembrar do que juntos vivemos. E claro, não poderia deixar passar as irlandesas que marcarão (no futuro mesmo) para sempre minha vida! Hannah, Sarah e Laura, as meninas que aqueciam meus dias na fria Dublin, e meu coração também. Me fizeram viver a magia da infância, para elas entreguei meu coração sem pensar duas vezes, e sei que elas fizeram o mesmo. Minhas meninas!

Saudades daquele lugar, saudades eternas! Agradeço a cada um que passou em minha vida, obrigado, muito obrigado, pelas experiências, pelas trocas. Por tudo que vivemos. Obrigado mais ainda aos que ficaram, aqueles que levarei comigo sempre!!!

Hoje decidi viver em Portugal por um tempo, dessa vez não estipulei prazos, pode ser um ano, seis meses, 5 anos, tudo vai depender dos objetivos serem alcançados aqui. Está nas mãos de Deus, e hoje, ele que decide por nós.

Serei sempre grata  a Deus por tudo que me proporcionou e principalmente por ter colocado tantas pessoas especiais em meu caminho! Dublin cruzou meu caminho com o do Marcos, e sem dúvida foi um presente maravilhoso que o intercâmbio me deu, melhor presente da minha vida!

Gratidão é a palavra que descreve meu intercâmbio. Enquanto vivi lá pude conhecer 16 países, inúmeras cidades, aprendi outro idioma, amadureci, sorri mais que chorei, e agradeci muito mais que pedi!

Agora os objetivos são outros, as dificuldades surgirão, mas a vontade de vencer é sempre maior, com Deus em nossas vidas tudo fica mais fácil e assim como foi em Dublin, ele já começou a colocar pessoas especiais em minha vida.


Novos caminhos, novos desafios e a Irlanda?! A Irlanda sempre em meu coração!!!!