Uma
leve chuva, um dia cinza, assim era o dia que ela gostava, combinava mais com
ela, com suas reclamações, assim podia começar o dia reclamando.
Reclamava
da chuva, do Sol, de sua família, dos seus amigos, de não tê-los.
Reclamar
era o que ela gostava. Reclamava da sua vida e da vida dos outros, sentia
prazer em colocar defeito na vida dos seus. Falar mal dos outros era a segunda
coisa que mais gostava.
Reclamava
das pessoas não gostarem dela, mas não percebia que ela própria as afastava.
Não percebia que nada é belo para pessoas que reclamam o tempo todo. Não
percebia que só reclamar não tornaria as coisas diferentes.
Não
percebia que nossos problemas precisam ser encarados de frente, e sempre tem
solução, que nossos problemas precisam ser encarados, precisam ser encarados,
mas se encarados com um sorriso tudo fica mais fácil.
Aprendera
desde pequena que viver não é fácil, sua mãe lhe ensinara que reclamando as
coisas melhorariam, assim pelo menos suportaria com leveza no coração, porque
reclamar alivia.
Ledo
engano, reclamar aumenta os problemas, dá mais força a ele, e se você encontrar
outro reclamão então, o próximo passo será a gilete no pulso.
Focava
nos problemas, naqueles que tem, naqueles que teve e naqueles que terá, sua
vida era um grande problema e mais ainda cada vez que fugia da terapia, aquela que
nem começara, por medo de seus medos!
Um
pouco covarde talvez, ou simplesmente reclamona por natureza.
Seus
amigos verdadeiros sofriam vendo se esconder atrás naquela nuvem de
reclamações, atrás naquela nuvem de negativismo que a encobria cada vez mais.
Chamavam,
ela não respondia!
Rezavam por ela, ela não ligava!
Procuravam-na,
ela se escondia!
Nada
podiam fazer, ela tinha que fazê-lo.
Tinha
que abrir a janela, agradecer a Deus pela sua beleza, pelos amigos que ainda
tem, pela oportunidade que ele lhe dá todos os dias, tinha que agradecer pelos
seus problemas, só assim ela se tornaria mais forte.
E tinha que pedir, pedir
mais otimismo, confiança, bom humor, e fé, tinha que pedir mais fé. Tinha que
colocar sua melhor roupa, se maquiar, pentear seus belos cabelos pretos e sair
na rua distribuindo sorrisos, tinha que olhar a seu redor e ver quantas pessoas
estão sofrendo mais que ela.
Tinha que engolir as reclamações e nunca mais
soltá-las, tinha que amar os outros, mas primeiro de tudo TINHA QUE APRENDER A
SE AMAR! E perceber o quanto era amada por alguns!!
E
assim, sozinha em seu quarto, olhando suas antigas fotos, presa a um passado
que só a fez sofrer, mas que insistia em se prender a ele para poder reclamar um pouco mais, iniciava assim sua jornada de reclamações, reclamava do passado, do
presente e de um futuro que tanto foge!
Um
pouco covarde talvez, ou simplesmente reclamona por natureza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário