Ela
era apenas uma menina, de vestido rosa, que ela não gostava, sua mãe a obrigava
à usar. Que sonhava com a vida de adulta, com seus vestidos justos, pretos e
cheio de segredos.
Ela
era Jéssica.
Ela
era apenas uma menina, com franja, que tentou cortar sozinha quando tinha 6
anos e fez um estrago enorme, depois disso aceitou a franja. Ela sonhava com a
vida adulta, com seu cabelo longo, liso e sem franja.
Ela
era Daniela.
Ela
era apenas uma menina, com grandes bochechas e uma fome insaciável. Uma menina
que sonhava com sua vida adulta. Quando comeria somente o necessário e seria
igual as mulheres da TV.
Ela
era Priscila.
Ela
era apenas uma menina, que tinha medo do escuro, de bicho papão e de perder os
pais. Uma
menina que sonhava com a vida adulta, uma vida de coragem, uma vida sem
monstros e com pais velhinhos e eternos.
Ela
era Gisele.
Ela
era apenas uma menina, que adorava suas bonecas, e perdia o dia brincando com
elas. Ela sonhava com a vida adulta, uma vida em seu castelo, seu príncipe e
sua vida feliz para sempre.
Ela
era Natália.
Elas
eram meninas, com sonhos, com ideais, com imaginações e com desconfianças.
Mas
com muita vontade de crescer!
Elas
cresceram, encararam a vida e quiseram voltar, para o tempo do vestido rosa, da
franja, das grandes bochechas, do medo de escuro, das bonecas e contos de fada.
Elas
descobriram que nem todo vestido preto fica bem em você, que muitas vezes o
cabelo longo e liso para ficar bonito custa muito caro, que as bochechas e a
fome são piores de controlar quando se é adulto, que o medo de escuro não é
nada perto de tantos monstros reais do cotidiano que enfrentamos, que os contos
de fadas são lindos, mas na vida real nem sempre acabam com finais felizes,
aliás enfrentar finais é muito comum na vida adulta.
Algumas
delas descobriram que os pais infelizmente não são eternos, tiveram que os
deixar partir, e perceberam que precisavam viver com o coração pela metade.
Ele
pulsa, elas vivem, mas com uma certeza:
A
melhor fase que vivemos é a infância!
Ser
gente grande nem sempre é fácil.
Devemos deixar nossa criança interior fazer parte de nossa vida.
Ser
gente grande às vezes cansa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário