Sentia
como se voltasse aos 16, quando naquela tarde de céu cor de rosa, se beijaram
pela primeira vez debaixo daquela arvore.
Aquele
beijo, macio, quente, e suave ao mesmo tempo.
10
anos se passaram e incrível como o amor permaneceu, ou melhor, cresceu.
Ricardo
teve outras pessoas, se apaixonou, se declarou, pediu em namoro, mas nada que
pudesse comparar com Júlia.
Aquela
menina de pele branca e olhos instigantes. Cabelo liso, e de estatura mediana.
O que era ótimo, pois ela podia encaixar certinho nos baços dele.
Tantos
desencontros, tantos telefonemas mudos.
E então
depois de 10 anos, quando em uma palestra na empresa onde Ricardo trabalhava,
lá estava ela, com aquele mesmo olhar instigante, mas com muita mais confiança,
o cabelo ainda brilhava, e a voz saia suave, até quando notou a presença dele,
e então pigarreou.
O
coração de Ricardo acelerou, será que ela também sentia algo por ele ainda?!
Foi
então que notou que ela ainda usava o anel que ele havia presenteado-a.
Sim!
Ela também sentia algo!
Ricardo
não prestou atenção na palestra, seus olhos estavam concentrados naquela mulher
que lhe dava arrepios, que sabia acalma-lo com um toque nos cabelos, que sabia
atiça-lo com um olhar sedutor, que sabia fazê-lo rir ao se atrapalhar na
cozinha, que sabia fazer com ele ainda a amasse por ser ela mesma, ela, aquela,
a mulher certa.
E
claro que depois da palestra escreveu em um bilhete para se encontrarem no
estacionamento.
E
claro que ela leu e o olhar nada respondeu.
E
claro que ele estava esperando ela com o coração na mão e as propostas na alma.
Tudo
seria diferente, ele sabia que poderia ser muito melhor do que havia sido.
E
claro que as mãos suavam, e as pernas tremiam.
E
claro que as horas não passavam.
E
claro que ele viu ela se aproximando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário