quarta-feira, 27 de julho de 2016

Ele sabe que foi verdade




Ela cobra dele de uma maneira silenciosa a verdade daquilo que viveram.

Ela duvida da veracidade naquilo que ele sentia.

Mas ele sabe que foi verdade.

Pela maneira que ele se sentia ao lado dela.

Ele sabe que foi verdade, pela dor que sentiu quando precisou partir.

E precisou partir, ela diz que foi egoísmo, ele diz que foi melhor assim.

Por não poder oferecer aquilo que ela esperava, por não estar ali quando ela precisava, por não saber amar como ela merecia ser amada.

Ele sabe que o que sentiu foi verdadeiro, que o cheiro dela é o melhor do mundo, que o abraço dela traz o conforto que ele precisava para a vida.

O olhar dela transmitia verdade, mas transmitia entrega, muito mais do que ele esperava, ou do que estava acostumado em receber.

Precisou encarar o mundo sozinho tão cedo, decidir as coisas, abdicar de outras, e sobre o amor ele pouco sabia.

Sabia que o amor existia, e que era um sentimento bom, um sentimento puro, mas a pureza lhe foi tirada tão cedo que não, não sabia como viver um sentimento puro.

A voz dela trazia calma, e o sorriso parecia ter o poder de mudar o mundo.

Mas não o mundo dele, tantas e tantas confusões!

E olha que nem libriano ele era haha!

Foi difícil partir, mas mais difícil seria ficar.

Ficar pela metade.

Ele amou, com receio.

Ele se entregou, em partes.

Ele viveu momentos bons, mas poderia ter vivido muito mais.

Ele acreditou que era capaz de consertar seu próprio mundo sozinho. Mas errou.

Hoje ainda vive essa confusão toda.

Voltar atrás é difícil, corrigir os erros do passado parece impossível, não errar daqui para frente é o que lhe consola.

Mas no fundo ele sabe, ele sabe que foi de verdade, ele sabe que o sentiu foi verdadeiro.

Quando todos os dias ao acordar o rosto dela ser a primeira coisa que lhe vem a cabeça.

E então ele sente.

Então ele sabe.


Ele sabe que foi verdade.


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