Eles estavam ali parados frente a frente, tentando acreditar
que ficariam bem depois daquela despedida.
Ela nervosa, mexia na aliança que sabia que iria tirar,
tentava com todas as forças segurar as lágrimas que teimosas rolavam em seu
rosto.
Ele com a presteza de sempre tirou um lenço do bolso e deu
para que ela pudesse secar as lágrimas que ele nunca gostou de ver caindo.
Ambos com certezas desfeitas e muitas incertezas surgindo.
Sabiam que seguiriam caminhos opostos dali para frente, mas
perguntavam-se onde foi que erraram?
Foram anos de namoro. Muitas trocas, muitas experiência,
muito companheirismo. Anos coloridos e felizes!
No início a paixão dos dois era a coisa mais linda de se
ver, mal se olhavam e seus olhos irradiavam alegria. Risos soltos, palavras
doces, foram substituídos por duras palavras e caras fechadas, reflexo do ciúme
e falta de doação.
Ele sabia que errou quando muitas vezes trocou o futebol com
os amigos pela companhia daquela linda mulher que a tempo deixou de elogiar e
agora ali de frente a ela, prestes a nunca mais vê-la pode sentir novamente o
quanto sua pele era macia e meu Deus como ela era perfumada. Sentiu um nó na
garganta, que naquele momento parecia que nunca mais seria desfeito.
Ela cega de ciúmes e triste pela falta de companheirismo
pode entender que confiança é absolutamente tudo na relação. Que seu ciúme
acabou afastando o homem maravilhoso que conhecera. E com o passar do tempo o
rancor dele chegou até ela e a ausência de seu companheiro tornou-a aquela
mulher de cara fechada que ele tanto reclamava. Mas de frente a ele pode
novamente encará-lo nos olhos, e teve a certeza que os olhos por qual se
apaixonara não estavam mais ali, foram substituídos por olhos tristes e
cansados. Ela também sentiu um nó na garganta.
Juntos chegaram a uma conclusão doída, uma conclusão que
durante um tempo tentaram lutar contra.
Como puderam fazer isso com eles mesmos? Como agora esquecer
o que passou, como agora preencher o vazio que ficará no coração de cada um.
Eram muitas perguntas, mas não haviam respostas, naquele
momento não haviam palavras,
apenas silêncio. Não foi preciso dizer nada para
que ambos soubessem que infelizmente aquela história acabava por ali.
E mesmo diante da decisão tomada era tão difícil deixar aquele
abraço de despedida acontecer, era tão difícil controlar os malditos minutos
que não paravam mais de passar. E até mesmo a chuva que começara a cair, caia
tristemente. Parecia que o mundo sentia aquele término.
Em meio a chuva e o frio que os acercavam, entenderam que
aquele era o momento. Nada falavam, apenas se olhavam. E quando em fração de
segundos se tocaram seus lábios se aproximaram lentamente e o último abraço veio
acompanhado do último beijo.
Boa sorte - ela com a voz fraquinha conseguiu pronunciar...
Para você também, felicidades e se cuida – foi o máximo que
ele conseguiu dizer, porque aquele nó na garganta impedia de dizer mais coisas.
Viraram-se, pois em duplo sentido, a partir daquele momento
seguiriam direções opostas.
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