Mais
um ano ela comemorava, mais uns quilinhos ganharia.
Aliás
nos últimos anos era o que mais ganhava...
Abrindo
os presentes e de praxe ali estava, aquele objeto que tanto lhe causara
desconforto e tristeza, aquele objeto que ficava no banheiro, mas bem
escondidinho para que não conseguisse enxergá-lo. Encarando-o seriamente descartou-o na lixeira assim como todos os
outros objetos similares aquele, aproveitando a deixa as revistas de dieta,
seus shakes e todas as cintas foram fazer companhia para aquela maldita
balança.
Por
muito tempo se martirizou, por muito tempo os apelidos da época de escola
atormentavam-na enquanto dormia, Boto cor de Rosa, Willy, Orca, Hipopótamo, e
por aí ia.
Por muito tempo aquilo a fez sofrer, por muito tempo aquilo a deixou
triste.
Porém
o que os outros não sabiam era que a tristeza deu lugar para fome e assim conseguiu
acumular mais alguns 20 e poucos quilos.
Aprendeu
a se amar, viu que ela, mesmo acima do peso, era muito mais inteligente do que
muitas magrelas que riam dela, viu que ela com todas as suas dobras, entendia
muito mais dos desejos de homens do que muitas mulheres de academia percebeu
que ela mesmo gordinha arrasava na cozinha, fazia um salmão como ninguém. Soube
que era muito mais engraçada e divertida do que várias modelos lindíssimas. E
percebeu com tudo isso que no fim da vida todos ficaremos iguais. Com rugas,
pelancas e tudo que a velhice dá direito.
Então
porque viver a vida sendo controlada por uma balança?
Porque
chorar a cada calça que não serve?
Porque
deixar de comer tudo aquilo que gosta?
Percebeu
que ela acima do peso, comendo todos aqueles potes de sorvete, conseguia ser
muito mais feliz do que muitos neuróticos pelo corpo.
Percebeu
que ela ria muito mais das coisas bobas porque vivia sem preocupação.
Percebeu
que a vida passa rápido demais e o que ela queria, era fazer valer a pena.
E
depois de todas essas percepções, abrindo mais uma lata de brigadeiro, lá ia
ela, aproveitar alguns dos prazeres da vida, sem se preocupar com o amanhã.
Porque o amanhã é outro dia, e quem sabe amanhã ela decida fazer uma deita por
questão de saúde.
Mas hoje, hoje ainda não! Hoje o brigadeiro é o que importa...
Me sinto a sujeita dessa história! rsrsrrsrs
ResponderExcluirHahahahaha Ah Angela querida, só vc mesmo :)
ResponderExcluirLINDO texto
ResponderExcluir